sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Psicologa presa com DMT - parte II

A discussão que realizamos aqui no blog sobre a psicóloga presa com DMT, acusada de tráfico, foi uma reflexão que pode ser generalizada para todos os pequenos comerciantes de substâncias psicoativas, isto é, pedimos a libertação imediata de todos os pequenos comerciantes de substâncias psicoativas presos desarmados e que não representavam perigos maiores a terceiros.

Por isso, elaboramos o último post e levamos ele ao Hempadão

Confiram lá!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dica de Site

De tempos em tempos, sem data fixa, damos uma dica de site sobre alguma particularidade na temática:  substâncias psicoativas. Neste caso falamos do recém chegado ao Brasil, a Brasil NORML, maior ONG pró descriminalização da cannabis.

Clica ai!


Brasil NORML

Primeiro livro sobre produção de Maconha Medicinal no Brasil

Fonte: Brasil NORML

Acaba de ser lançado o livro Cannabis Medicinal – Introdução ao Cultivo Indoor, primeiro livro que aborda especificamente o tema no Brasil. O assunto ainda é novidade para os brasileiros, embora bastante polêmico. O autor da publicação é o antropólogo e pesquisador baiano Sérgio Vidal, também militante do movimento Marcha da Maconha e membro atuante do site Growroom.net.
À luz do seu desempenho terapêutico, a erva é analisada em suas diversas aplicações, ressaltando as formas do seu cultivo caseiro artesanal. Entre os assuntos abordados, é possível se informar sobre como adquirir uma autorização especial para cultivar a planta, sobre como se chegar ao produto final pronto para consumo desde a escolha das sementes e, também, sobre como o cultivo e consumo próprios podem influenciar na redução de danos causados pela violência do tráfico.
Segundo o autor, a legislação brasileira já prevê a possibilidade do uso medicinal da maconha, como informou na descrição de seu livro: “a atual Lei 11.343/2006, Lei sobre drogas, prevê que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – pode emitir uma autorização especial para que estabelecimentos possam cultivar e preparar a Cannabis, desde que exclusivamente para fins medicinais e/ou de pesquisa científica.”
O próprio pesquisador já iniciou a pré-venda de exemplares através da internet. No endereçowww.cultivomedicinal.com.br você encontra uma breve nota do autor e o e-mail pelo qual estão sendo comercializadas as primeiras edições. Acredita-se que, assim como a edição da obra, a sua distribuição será igualmente independente.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Twitter e Email do Enteogenico

Agora o blog Enteogenico está no Twitter. E, finalmente, temos um email próprio do blog: enteogenicobr@hotmail.com, onde esperamos receber sugestões, dicas, críticas, relatos de experiências... 

Além do meu twitter pessoal (Fernando Beserra), você pode acompanhar o blog pelo twitter: enteogenosbr!

Esperamos vocês lá!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

LEAP chega ao Brasil - Law Enforcement Against Prohibition

Criada nos Estados Unidos em 2002, a LEAP (Law Enforcement Against Prohibition – Agentes da lei contra a proibição) é uma organização formada por policiais e agentes da repressão defensores de uma outra política de drogas para o mundo. A LEAP é inspirada nos Veteranos do Vietnam contra a Guerra, pois como diz o site da entidade, “eles tinham uma incontestável credibilidade quando clamavam pelo fim daquela guerra terrível. A LEAP tem a mesma credibilidade quando seus atuais e ex-combatentes da guerra às drogas falam dos horrores da Guerra às Drogas”.
A LEAP chega agora ao Brasil, e o DAR recomenda fortemente seu sítio na Internet (clique aqui). A entidade, cuja representante brasileira mais conhecida  é a juíza aposentada Maria Lúcia Karam (confira entrevista concedida ao DAR), aponta em seu site que “somente a legalização da produção, do comércio e do consumo de todas as drogas permitirá a regulação e o controle do mercado das drogas”. Que sejam muito bem-vindos!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Madri abre seu primeiro clube privado para consumo de maconha



Fonte: terra

ÉRICA CHAVES
Direto de Madri
Começou a funcionar há cerca de um mês em Madri, na Espanha, o Private Cannabis Club, o primeiro clube privado de consumo de maconha da cidade. Em poucas semanas, o grupo já reúne mais de 100 sócios com idades entre 18 a 70 anos que recorrem à sede para fumar tranquilamente sua cota mensal.
Para ser sócio é preciso ser maior de idade, passar por uma entrevista e pagar 10 euros por mês (o equivalente a R$ 23) para poder consumir um máximo de 50 gramas de maconha por semana. A maioria das pessoas vai ao clube apenas para se divertir, mas há também aqueles que usam a maconha de forma terapêutica.
Com quase 900 m², o Private Cannabis tem a maior sede de associação deste tipo em toda a Espanha, com muito espaço para o lazer. São salas com sofás, TVs com canais a cabo, vídeogame, pebolim, bilhar, um bar e restaurante com forno para pizza. "Nós queríamos, mais que um lugar só para fumar, um espaço de ócio com um bom restaurante para que as pessoas não precisassem sair da sede para comer depois de fumar", diz o presidente Pedro Álvaro Zamora García. Além de um cardápio comum a qualquer restaurante, no bar são vendidos brownies, biscoitos e sobremesas feitas à base de maconha.
Desde 1974, o consumo privado coletivo da droga é permitido no país, mas o clube compra a maconha semanalmente no mercado negro, mesmo não estando de acordo. O comércio de cannabis configura crime. Por isso, o Private Cannabis revende pelo preço que adquire e usa parte da cota paga pelos sócios para a manutenção do espaço.
Entre os sócios está Carlos Gonzalez. Ele recorre ao clube porque prefere não fumar perto dos filhos pequenos. "Explicarei o que é a maconha quando eles tiverem idade para entender, mas espero poder explicar que é uma droga qualquer como o tabaco ou o álcool", afirma.
Outro dos sócios, o venezuelano Paco Puig, que trabalha no bar da sede, diz que o emprego tem lhe tirado a vontade de consumir a droga. "Fico o dia todo aqui e só com o cheiro já perco a vontade de fumar. Às vezes, fumo quando chego em casa, mas não sinto falta. Não sou um viciado", diz.
Na família de Puig, ele e o irmão fumam maconha. Embora não tenha enfrentado problemas com a família por causa disso, é mais conservador quando o assunto são seus filhos. "Hoje meus filhos são crianças e não fumo na frente deles. Quando chegar a hora, explicarei o que eles quiserem saber, mas não admito que eles fumem antes de terminar os estudos e serem donos de suas vidas, afinal, um adolescente não consegue aprender matemática fumando maconha. Quero que eles sejam algo na vida", diz.
Negócio em expansão

A ideia de abrir um clube privado para consumo de maconha vem se expandindo na Espanha. São dezenas na Catalunha e na região basca, além de muitos em processo de formação em todo o país. Kamamudia, a associação mais antiga, funcionou de 1997 a 2001 com cultivo coletivo de maconha na região basca. Em 2002, a sociedade se desfez e deu origem à Pannagh, em Bilbao, e à Ganjazz, em São Sebastião. A primeira tem 377 sócios e a segunda, 255, mas com metade das vagas para usuários terapêuticos do THC (tetrahidrocanabinol, que é o princípio ativo da maconha). Ambas cultivam a droga para o consumo. "Nosso objetivo é informar as pessoas e ter um lugar para que elas possam consumir maconha de qualidade num local seguro sem ter que recorrer a traficantes", explica Iker Val, presidente da Ganjazz.

Segundo a Federação de Associações Canábicas (FAC), a Espanha tem mais de 2 milhões de consumidores e a principal luta não é a legalização, mas a normatização do uso da maconha no país. "Queremos ter controle sobre a produção e a qualidade e não aumentar o consumo para ter mais lucro, como é o caso do comércio do tabaco e do álcool. Com as associações que criam os clubes privados a situação está mudando radicalmente porque os consumidores deixam de financiar as máfias, pagam o preço justo e têm mais informação sobre as propriedades do produto que consumem. Além disso, permite que os governos da UE cedam sem mudar as leis já existentes", diz o presidente da FAC, Martín Barriuso.
A lei é a mesma para toda a Espanha, mas há regiões mais tolerantes que outras. Enquanto em basca a pena por portar maconha é o confisco da mesma, em Madri há multas em dinheiro que podem chegar a 1,5 mil euros (o equivalente a R$ 3.390).
Para o madrilenho Carlos Gonzalez, a demora em abrir o primeiro clube na capital espanhola está diretamente relacionada ao exemplo que uma capital deve dar ao resto do país. "A Catalunha e a região basca são duas áreas separatistas, que querem marcar algumas características que justifiquem que são diferentes do resto do país. Aqui em Madri, as pessoas são mais conservadoras. Foi preciso que alguns dessem sua cara à tapa para que conquistássemos esta liberdade. E depois deste primeiro passo, virão outros mais", explica.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Discussão sobre a prisão da psicologa sobre venda/porte de DMT

Noticiamos que uma psicóloga foi presa acusada de tráfico de DMT (Dimetiltriptamina), além de terem encontrado em sua posse maconha e LSD. A psicóloga em questão é Lizandra, segundo o jornal da band.

            Escrevemos um apoio a psicóloga no nosso último post e vamos esclarecer o motivo deste apoio, considerando os comentários de “Paulo” no último post. Para quem não está acostumado as discussões sobre política de drogas, sabe-se que cada vez mais as ações de “guerras as drogas”, em última análise, “guerra as pessoas usuárias de drogas”, são, em termos pragmáticos, econômicos, sociais, um enorme fracasso. Este fracasso é reconhecido por um número cada vez maior de autoridades e especialistas e tem motivado a transformação das políticas de drogas em todo o globo. Para os números deste fracasso, basta dar uma espiada nos dados do LEAP (Law Enforcement Against Prohibition), disponíveis no site do grupo ou mesmo no site dos SSDP (Students for a Sensible Drug Policy), além dos tradicionais sites brasileiros: Coletivo Desentorpecendo a Razão, a ONG Psicotrópicus, o Hempadão, sem esquecer o extinto blog do O Globo “Sobre Drogas”.

            A procura por uma política mais sensata nos leva a re-ver o último século de política de drogas, original em sua proibição internacional via ONU (ou UNODC) e baseada na política estadunidense, por sua vez, fonte de argumentos torpes, racistas e puritanos (para conhecer um pouco desta história remeto o leitor aos livros de Antonio Escohotado, a exemplo do Historia de las drogas 1, 2 e 3, ou seus resumos Historia Elementar das Drogas ou Drogas de las origenes a la prohibition). Também o blog Istikhara.


            Portanto, urge que tiremos da prisão pessoas que não são violentas, que não estão armadas, mesmo que façam o mercado de substâncias ainda ilícitas. O DMT não é novidade! Não é “droga nova”. O DMT é um princípio ativo, sintetizado, e que foi proibido junto com outros princípios ativos pelas convenções irmãs da ONU na década de 70, visando perseguir os grupos contestadores da época. Tais proibições destruiram pesquisas que poderiam melhorar a vida de muita gente. Isso acabou com os estudos animadores de psicoterapia com enteógenos, que, finalmente, tem sido retomados.

            Em todas as sociedades conhecidas o uso de substâncias psicoativas é onipresente, e a própria ONU já reconheceu o quanto é falacioso seu próprio comentário da “Sociedade livre das drogas”, que tinha até data prometida. A data da "sociedade livre das drogas" passou e, bem, as "drogas" não. Precisamos de educação, não de prisões. Precisamos de políticas de redução de danos, diretriz atual do Ministério da Saúde para atuarmos da melhor forma no uso de substâncias psicoativas, mesmo as tornadas ilícitas. Especialmente no uso indevido destas substancias.

            Devemos pensar, portanto, nas especificidades do DMT ao invés de procurar simplesmente argumentos inverossímeis e sensacionalistas do tipo “Psicóloga presa com droga 7x mais forte que LSD”. Isso soa ridículo! Onde estão as pesquisas?

            O projeto de lei do deputado do PT Paulo Teixeira, visa descriminalizar o usuário e permitir penas alternativas para o pequeno traficante (pego desarmado e com quantidades definidas de cada substância). A própria descriminalização deve ter quantidades definidas de cada substância que é possível portar para diferenciar o usuário do traficante, como foi feito recentemente na República Tcheca. Para saber mais sobre a idéia de Teixeira: VEJA AQUI.

Continuamos discutindo.
Abraços Antiproibicionistas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Psicologa presa com DMT

Uma psicologa de 30 anos foi presa em Canoas - RS com DMT, ainda encontraram em sua casa quantidades irrisórias de LSD e maconha. Segundo os delegados Cleomar Marangoni e Luiz Fernando Martins de Oliveira, titular do 3°Din/Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), ela estaria recebendo a substância via correio.

De fato o DMT (Dimetiltriptamina), o princípio ativo da ayahusca (junto com o inibidor de monoamonoxidose, que permite o efeito do DMT via oral), encontra-se na lista da ANVISA podendo ser considerado "droga" e passível de punição. Entretanto, a psicologa foi presa pela acusação de tráfico, já que de acordo com a lei 11.343 de 2006, como usuária ela não poderia ser presa. A psicologa alegou que utilizava o DMT para pesquisas.

Segundo o delegado ela vendia o DMT e outras drogas em rave, entretanto, em sua casa foram encontradas os seguintes constituintes de perigossíssimo tráfico, quiçá guerrilha organizada:

"Além do DMT, foram encontrados na casa da psicóloga LSD, maconha mentolada, skank, 58 dólares e R$ 100. O material estava em uma maleta com personagem de desenhos infantis".

E eis o nível da declaração de um dos delegados: "Cada vez mais a gente percebe que esses traficantes de drogas novas, sintéticas, não tem noção do mundo que estão participando. Parece que a sociedade ainda não se deu conta do mal dessas drogas. A família dela ficou surpresa", revelou.

A mulher tinha 100 reais e 58 dolares. Pera lá! Agora, a partir das noticias não dá nem para saber quantos gramas de DMT a mulher tinha. São ridiculas as reportagens e apreensões dessa negligência policial. Com tanto crime acontecendo de fato, com tanta violência por ai, chega a soar ridícula a apreensão de DMT de uma psicologa de 30 e poucos anos.

Alguns locais onde a notícia foi veiculada:

Alô Brasil

Zero Hora

Todo nosso apoio a companheira de profissão!

Libertem a Psicologa!

- Enquanto tais arbitrariedades acontecem, esperamos que a Lei sobre o tráfico do deputado Paulo Teixeira chegue logo! -

A mata que mata ou nenhuma mata mata?

Post colado da lista de discussão do princípio ativo, passado por Denis Petuco


LA CORTE SUPREMA DE JUSTICIA ORDENA EL RETIRO INMEDIATO DE LA PUBLICIDAD DE "LA MATA QUE MATA"

En fallo de tutela en favor de la indígena Nasa FABIOLA PIÑACUE ACHICUE, la Corte Suprema de Justicia ordena al Ministerio de Interior y Justicia y a la Dirección Nacional de Estupefacientes, que en el término máximo de CINCO (5) días comuniquen en forma EFECTIVA la decisión de retiro del aire de las pautas publicitarias de "LA MATA QUE MATA" TODOS los medios de comunicación en donde esa publicidad se emita o pueda serlo.

La Corte consideró que se vulneraban derechos individuales de FABIOLA PIÑACUE, indígena Nasa, responsable de la empresa COCA NASA, la misma que produce la famosa bebida COCA SEK, energizante elaborado a con la planta sagrada de los pueblos indígenas.

Los ofensivos comerciales en contra de la hoja de Coca, violan la Constitución Política y los derechos individuales y colectivos de los pueblos indígenas que tienen en la hoja de Coca un valor cultural de trascendental importancia. El Tribunal Superior de Bogotá había recordado, en este mismo proceso judicial, a la Dirección Nacional de Estupefacientes que ese tipo de medidas administrativas debe ser CONSULTADO cuando pueda afectar los derechos de los pueblos indígenas.

Con este fallo se hace justicia en favor del comercio legal de alimentos de hoja de Coca que hacen los indígenas Nasa del departamento del Cauca y provoca un alivio a los importantes sectores de la sociedad colombiana que incluso han adelantado campañas paralelas en defensa de las plantas, como el grupo musical ATERCIOPELADOS, que promueve la iniciativa NINGUNA MATA MATA. Alivia también a los colombianos que sentían repudio por las ofensas contra plantas sagradas que son de amplio uso medicinal.

Se acoge con este fallo una definición legal que existe en Colombia sobre la necesaria distinción que existe entre las drogas como el clorhidrato de cocaína y la planta de Coca, se hace valedero el aserto según el cual "la coca no es cocaína como la uva no es vino".

Coca Nasa saluda esta decisión de la justicia colombiana y celebra con alborozo junto a los colombianos.

Insistiremos por las vías legales para que los medios de comunicación rectifiquen la mentira de que la planta de la Coca mata o es responsable de cualquiera de los males que le atribuía la malhadada publicidad.


Más información con FABIOLA PIÑACUE ACHICUE, en el móvil (57) 300 203 6986 ó
311 516 51 06.

COCA NASAIniciativa Indígena en defensa de la hoja de Coca.

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Entrevista com Alexander Shulgin

Enquanto não sai o post sobre a reportagem sobre a salvia divinorum, fiquemos com o delicioso post de Bruno Nogueira, da revista Trip, ainda em 2009 e reproduzido pelo blog "O mundo mágico do cogumelo".

O post, e a equipe do mundo mágico do cogumelo, já trazem sua apresentação, portanto, vamos ao post:

Alexander “Sasha” Shulgin (Berkeley, 17 de Junho de 1925) é um farmacologista, químico e pesquisador de drogas russo-estadunidense.

Shulgin é creditado pela popularização do MDMA no final dos anos 70 e início dos anos 80, especialmente pelos seus usos em tratamentos psicofarmacêuticos e tratamento de depressão e desordem depressiva pós-traumática. Em anos subsequentes, Shulgin descobriu e sintetizou mais de 230 componentes psicoativos. Em 1991 e 1997, ele e sua esposa Ann Shulgin escreveram os livros PiHKAL e TiHKAL, ambos sobre substâncias psicoativas.  Ele atualmente continua seu trabalho sua casa em Lafayette, Califórnia.

A seguinte matéria foi reproduzida na íntegra da revista Trip e publicada online no site em 13/07/2009

Popularizador do ecstasy e criador de 230 psicodélicos, Sasha Sulgin abre a porta de casa

13.07.2009 | Texto por Bruno Torturra Nogueira Fotos Renata Mein

Sasha com os cactus de seu jardim, que fornecem matéria-prima para boa parte das pesquisas que desenvolve no laboratório dos fundos de sua casa
Sasha com os cactus de seu jardim, que fornecem matéria-prima para boa parte das pesquisas que desenvolve no laboratório dos fundos de sua casa

Não é metáfora. Era noite, e eu vagava perdido pelo deserto em um hemisfério longe de casa quando achei o profeta. Não é tão dramático tampouco: era o deserto de Black Rock, Nevada, na primeira madrugada do festival Burning Man. E o profeta, no caso, é um homem sem religião ou doutrina. Mas que, e aqui vai todo o drama, é o papa do meu rebanho: dr. Alexander Shulgin, ou Sasha, para amigos e fãs.

Reportagem sobre a Salvia Divinorum

Em breve faremos uma análise do Vídeo que saiu ontem (19/12/2010) na Rede Record

http://noticias.r7.com/videos/miley-cyrus-e-flagrada-fumando-substancia-alucinogena/idmedia/2ed363044f20344297a88760084b7a4d.html

Por enquanto temos que engolir uma série de equívocos anunciados por um pseudo especialista.

Abraços

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O despertar da divindade interior

Diretamente do Hempadão:


Hoje falamos do documentário: “Enteogenos: o despertar da divindade interior”. Trata-se de uma introdução ao tema: “Enteógenos”, tema que temos abordado no blog há algumas edições. O documentário inicia-se com um tom Hollywoodiano, como não poderia deixar de ser, entretanto, o vídeo vai muito além disso, reunindo falas de importantes autores no campo da enteogenia como Stanislav Grof, Ralph Metzner, Terence Mckenna, Rick Doblin (criador do MAPS – Multidisciplinary Association for Psychodelic Studies), Charles Grob e Alex Grey. Tampouco esperem ver um vídeo estritamente sobre enteógenos, mas ele reúne aspectos de uma espécie de “cultura enteogênica” que, embora múltipla, possui alguns elementos em comum.


A maioria dos enteogenistas compartilha uma perspectiva ecológica, a idéia de inter-relação entre tudo que existe no mundo, idéia que se existe há milênios, e ganhou força novamente após a revolução da mecânica quântica e os desdobramentos da destruição planetária promovida pelo capitalismo selvagem, especialmente pós segunda guerra mundial e com o desenvolvimento da pesquisa química (p.ex, Albert Hofmann e a Sandoz) e etnobotânica. Neste sentido, o pensamento que foca nesta inter-relação fundamental, pré-experiencial, só pode ser crítico ao despedaçamento do cuidado a nossa casa (oikos), ao planeta, sociedade e, em suma, ao cuidado de nossas relações com nossos próximos e conosco mesmo. Como diria o profeta: “Gentileza gera gentileza” e se tratamos mal nosso planeta, também este nos trata de forma equivalente.


O vídeo fala também sobre o xamanismo, na minha humilde opinião, o pai da religião e da psicologia (embora possa ser, conforme nos diz Jonathan Ott, a antítese e o rival mor da religião) que contemporaneamente tem ressurgido nos interesses de milhares de jovens. Tal interesse por um lado é símbolo da necessidade de transformação dos nossos pressupostos e comportamentos, embora por outro lado também traga uma imagem da desvirtuação de crenças milenares apropriadas por uma estética new age e comercialógica.


Ao longo da discussão entramos em diferentes terrenos como: música, filosofia, religião, etc., mas todos rodeando uma nova cultura emergente no ocidente, ao que parece, depois do boom contracultural dos anos 60. É a este novo ativismo que Jonathan Ott chama de “reforma enteogênica”. Por este termo ele entende: “a re-conexão do ser humano atual com sua herança cultural mais importante: o nexo com a tradição espiritual de experiência direta com o divino, que têm informado nossa cultura desde suas origens”.


Em suma, o que o documentário mostra de mais importante é como os enteógenos vem sendo re-descobertos e junto com eles toda uma cultura que vai além das limitações do racionalismo ocidental e da instrumentalidade técnica, que queriam que engolíssemos como “progresso”, “desenvolvimento” e “ordem”, mas que trazem as marcas sinistras da miséria e da barbárie, inclusive no odioso proibicionismo ao pensamento crítico, evidente nas perseguições de psiconautas e da alteração do estado de consciência.


A ciência clássica, incluindo as ciências políticas, e o positivismo/iluminismo como modelo filosófico subjacente se mostraram insuficientes para dar rumos sustentáveis ao nosso mundo, insuficientes para responder aos anseios espirituais, insuficientes para catalizar a autonomia das pessoas e superar a miséria humana que devasta nosso planeta. Os enteógenos usados com as cautelas necessárias, assim como as culturas que o vídeo introduz, permitem que possamos ir além na pesquisa da extravagante e excêntrica psique humana e re-imaginemos nossa sociedade, nossas relações pessoais e finalmente nossas relações com nosso cosmos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Maconha pode reduzir cancêr de mama

Fonte: Folha.com (postado no Coletivo DAR)

Os componentes ativos da maconha e seus derivados poderiam reduzir o crescimento do câncer de mama e a aparição de metástases, constata uma equipe de cientistas espanhóis que testou os efeitos desta droga em ratos.
Em comunicado, os pesquisadores da UAM (Universidade Autônoma de Madri), a Universidade Complutense de Madri e o Centro Nacional de Biotecnologia destacaram nesta segunda-feira que os “cannabinoides” podem deter e acabar com as células derivadas de tumores de mama.

Essa descoberta acaba de ser publicada na revista “Cancer Cell”, na qual os cientistas explicam que a pesquisa foi realizada com ratos afetados pelo modelo genético de câncer de mama MMTVneu.

Estes animais, segundo a UAM, geram de forma espontânea tumores de mama que posteriormente são transferidos por metástase ao pulmão, porque expressam elevados níveis de uma proteína chamada “oncogene ErbB2″, também presente nos humanos que sofrem deste tipo de câncer.

Os pesquisadores indicaram que a propriedade antitumoral desses elementos parece vir dada pelo receptor de cannabinoides CB2, enquanto os efeitos psicotrópicos associados a esta droga se devem fundamentalmente ao receptor CB1, que é –nas palavras dos especialistas– “o que se expressa predominantemente no sistema nervoso”.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Fernando Beserra no Hempadão: Portas da Percepção


Portas da Percepção: Cultivando Liberdade!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

I
Uma tendência cada vez maior entre usuários de enteógenos, especialmente entre aqueles que não os utilizam apenas em ritos instituídos, tanto no Brasil (ex: Barquinha, Santo Daime, União do Vegetal, CEFLURIS, etc), quanto no mundo (Native American Church...) tem sido o auto-cultivo de seus próprios enteógenos. Com a prática do auto-cultivo de plantas de poder, os usuários de enteógenos têm um contato mais estreito com suas plantas e um vínculo diferente, portanto, daqueles que apenas compram.

Os conservadores alimentam a ideia de que o auto-cultivo, pela proximidade da substância com o usuário, poderia aumentar o uso. Por outro lado, é possível pensar, como já foi pensado, no cultivo de sua própria substância psicoativa como uma forma de estabelecer outra relação com a planta – tratando a substância menos como objeto de consumo e, portanto, estando mais distante da prática do consumismo, o que viria, mais propriamente, a criar usos mais saudáveis. Além do mais, o cultivo de uma planta exige uma enorme paciência e cuidado, o que potencializa no cultivador traços de personalidade e atitude que podem beneficiá-lo tanto em sua vida cotidiana quanto no uso do enteógeno. Sem contar o controle de qualidade da substância que sabemos, por viver nos obscuros tempos proibicionistas, é fundamental.

Em outras palavras, redução de danos.

Mais um fator importante nesta discussão é que a maioria dos enteógenos tem qualidades “anti-craving” e “anti-aditivas”, ou seja, não causam dependência e tampouco fissura. Exatamente por estes fatores os enteógenos têm sido usados cada vez mais em terapêuticas no campo da farmacodependência[1].

Zygmunt BaumanII
No atual momento de nossa história, que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman chama de “modernidade líquida”, as pessoas procuram compulsivamente uma espécie de auto produção, consumindo produtos, estilos de vida, vestuários, para expressar quem são, numa espécie de “vício” da individualização. Neste momento os vínculos coletivos são rarefeitos, esvaziados, ganhando vez a tendência punk do “do it yourself” (faça VOCÊ mesmo), embora moldada pelo consumismo e pela transformação das pessoas em objetos de consumo (reificação). O que importa é consumir modos de estar, sempre modificando a máscara, numa liberdade paradoxal, pois por outro lado, mantemos sempre a própria estrutura do consumo.

Nesta relação social esvaziada, onde a punição/coerção deixa de ser o meio mais eficaz de controle social (o modelo que Foucault chamou depanopticum[2]), há uma diminuição progressiva, internacionalmente falando, das coerções a comportamentos moralmente descriminados. Sem diminuir a importância dos ativismos, que hoje são muito mais especifistas (luta pela legalização da cannabis, pelo feminismo, movimento LGBT, etc) e muito menos estruturais (luta pela alteração da infraestrutura social), o fato é que a maconha e talvez mesmo os princípios ativos dos enteógenos caminhem rumo à legalização, possivelmente comercializada por grandes empresas. A liberdade, neste caso, é ótima, porém relativa. Diferente da liberdade do auto-cultivo.

III
Neste contexto social, embora exista uma tendência enorme pelo aumento do auto-cultivo como forma de diminuição de vínculos (com agenciadores, traficantes, até mesmo sair de casa, etc.), por outro lado, o auto-cultivo é certamente uma forma de resistência ao consumismo capitalista, quando não está nos alicerces da política do lucro. A distribuição gratuita de mudas praticadas por enteogenistas, a criação de banco de sementes ou as rodas de fumo, não há dúvidas, são modos de enfrentamento a uma sociedade aleijada de vínculos sociais e da gratuidade espontânea, da radicalidade da doação. Ainda mais radicais são as associações de usuários que chegam mesmo a se reunir para criar verdadeiros jardins, cada um contribuindo para que a colheita sirva aos fins da associação e não do lucro.

Ipomoea ViolaceaNão há dúvida de que, no caso de substâncias tornadas ilícitas, se trata de um procedimento arriscado. Felizmente, no caso da maioria dos enteógenos, não existe legislação clara e a proibição não é, por exemplo, do cultivo do cacto são Pedro ou da planta Ipomoea Violacea, mas a proibição recai sobre a extração dos princípios ativos com a finalidade de alteração do estado de consciência.

[1] - Confiram o artigo: Estados modificados de consciencia con enteógenos en el tratamiento de las drogodependencias. no site do NEIP (http://www.neip.info/index.php/content/view/2469.html)

[2] - Modelo que Foucault usa o projeto do Panóptico de Jeremy Bentham como metáfora do poder moderno. Neste, que temos o modelo exemplar no caso das prisões, os prisioneiros eram observados integralmente a partir de um centro e pelo alto, portanto, os prisioneiros nunca sabiam quando estavam ou não sendo observados, o que cria uma sensação de sempre estar sendo vigiado sem saber onde se encontra o vigia. Os vigias neste modelo tinham liberdade de locomoção para controlar, enquanto os prisioneiros eram vigiados pela disciplina, rotina e impossibilidade de movimento.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Novo estudo sobre o sucesso da política de drogas de Portugal

Fonte e Tradução Coletivo DAR

Da perspectiva dos guerreiros proibicionistas, as leis que incriminam a posse de drogas são tudo o que protege os americanos de um dilúvio de drogas, uma orgia de maconha, cocaína, heroína e metanfetaminas consumidas de uma maneira mortal para as crianças, que destruiria a produtividade e tornaria os EUA em um deserto esfumaçado, habitado por zumbis comedores de cérebros.

Por exemplo, um opositor à lei de descriminalização da maconha escreveu em 2009, num fórum da revista New York Times, que essa política levaria a “centenas de bilhões de dólares em custo de novas demandas médicas, acidentes de trânsito e acidentes em geral, menor produtividade dos trabalhadores e menores conquistas no campo da educação.”

Mas uma nova pesquisa a respeito da política de Portugal sobre drogas sugere que não é bem assim. Portugal descriminalizou a posse de todas as drogas em 2001. O resultado, depois de quase uma década, de acordo com o estudo publicado na edição de Novembro da revista British Journal of Criminology é: menor consumo de drogas entre adolescentes, menos infecções de HIV, menos casos de AIDS e maior quantidade de drogas confiscadas pelas autoridades. O consumo entre adultos cresceu levemente – mas esse aumento não foi maior do que o aumento constatado em outros países próximos que não alteraram a sua política de drogas. O uso de drogas injetáveis diminuiu.

É claro que não há como saber se alguma dessas mudanças ocorreu em função da mudança de política – sem um grupo controle esse tipo de pesquisa não tem como determinar a causa e o efeito. Mas Portugal começou com uma das menores taxas de uso de drogas na Europa – muito menor que a taxa estadunidense– e continua abaixo da média da União Europeia. Por exemplo, 19% dos jovens de 15 e 16 anos na Europa já usaram maconha ao menos uma vez, comparado com 13% dos Portugueses com essa idade. O número para os jovens de mesma idade no ensino médio americano é de 32%. “O efeito direto mais importante foi a redução do uso da justiça criminal para lidar com usuários vulneráveis,” diz Alex Stevens, professor de justiça criminal na Univesidade de Kent, no Reino Unido, coautor do estudo. “Antes, um grande numero de pessoas estavam sendo presas e punidas pelo simples consumo. Eles (Portugal) economizaram muito dinheiro e pararam de infligir tanto dano às pessoas pelo sistema de justiça penal. Também houve outras tendências depois da descriminalização, em 2001, mas elas são menos fáceis de serem atribuídas diretamente à descriminalização.

Sob a política portuguesa de descriminalização das drogas, usuários não são mais presos, mas encaminhados pela polícia a uma comissão de “dissuasão”. A comissão é composta por três pessoas, tipicamente um advogado, um assistente social e um profissional da saúde. Ela determina se a pessoa é dependente – se sim, elas podem ser indicadas para tratamento ou sofrerem penalidades específicas, como banimento de um bairro específico ou a perda da habilitação de motorista. O tratamento não é forçado, e aqueles que não são dependentes costumam não serem enquadrados dessa forma. Apenas 5% a 6% desses usuários retornam a essas comissões uma segunda vez no mesmo ano. Stevens diz que as mudanças positivas nas taxas de HIV/AIDS e uma diminuição nas mortes relacionadas a uso de opioides são provavelmente mais conectadas com a expansão de tratamentos do que com a simples descriminalização apenas. O número de usuários em tratamento aumentou 41% — indo de 23.654 a 38.532 entre 1998 e 2008. “Relocar os gastos da repressão permite se gastar mais com tratamento,” diz Stevens.

As mudanças no uso entre adolescentes foram complexas: pela Europa, o uso entre adolescentes aumentou muito durante o período em que Portugal descriminalizou, e então caiu – a mesma tendência foi observada em Portugal, mas a queda foi maior.

Mark Kleinman, diretor do programa de análise de políticas sobre drogas na UCLA e autor de When Brute Force Fails: How to Have Less Crime and Less Punishment, é cético a respeito de que a política de Portugal ensine grandes lições aos EUA além de “os EUA e a ONU ficam com cara de bobos por terem sido histéricos” com a movimentação de Portugal. “O que fica claro é que nenhum desastre resultou da descriminalização.”

Stevens concorda. “Nosso principal ponto é que a descriminalização não levou ao tipo de desastre que era antecipado por opositores,” ele diz.

No debate acima da iniciativa Californiana de legalização da maconha, pouca atenção foi dada ao fato do Governador Schwarzenegger ter assinado uma lei descriminalizando a posse de até uma onça de maconha (28,3495g) – um relaxamento na lei estadual sobre drogas que teria sido muito mais controverso se o estado não estivesse lidando com a possibilidade de seus eleitores escolherem pela total legalização de venda e posse. Onze outros estados também descriminalizaram – apesar de isso nem sempre prevenir que os usuários sejam detidos por posse.

Com 1.5 milhões de estadunidenses sendo detidos por posse de drogas a cada ano – 40% deles por maconha – a experiência de Portugal levanta a questão de se deter usuários é um uso efetivo do dinheiro do contribuinte ou não. Bilhões de dólares são gastos cada ano com repressão à posse de drogas, e essa repressão é notoriamente enviesada pela questão racial – se ao se parar de deter usuários por posse não é produzido nenhum grande efeito, será esse um bom modo de se gastar um dinheiro escasso?

Cabral prega a legalização das drogas no mundo

Fonte: Psicotropicus - diretamente da Folha de São Paulo

Cabral prega a legalização das drogas no mundo 
 
KENNEDY ALENCAR
ENVIADO ESPECIAL AO RIO 
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou que vai levar à presidente eleita, Dilma Rousseff, a ideia de defender em fóruns internacionais "uma discussão" sobre a legalização planetária das drogas leves
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Em entrevista à Folha e à RedeTV!, ele disse que "a repressão pura e simples não tem sido inteligente" e que "a proibição leva a mais prejuízo do que uma ação inteligente do poder público". A íntegra da entrevista será exibida no "É Notícia", programa que vai ao ar à 0h30 de hoje para amanhã.
Cabral ressalvou que a legalização das drogas não poderia ser adotada por um único país, mas por um conjunto de países. "Isso tem de ser discutido na ONU e no G-20 [grupo das 20 maiores economias]", disse ele. "É um tema que merece a atenção dos chefes de Estado."
Na visão do governador, uma experiência poderia ser feita com a maconha. Para ele, a repressão às drogas mata "inocentes" e demanda um "gasto" que poderia ser aplicado em outras áreas.
Cabral defende também a legalização do jogo no Brasil, assim como ocorre em outros países, e refuta o argumento de que a medida se prestaria à lavagem de dinheiro.
Segundo ele, "regras claras, transparentes" dariam controle legal sobre a atividade. "Falta intensividade na discussão da vida como ela é". Cabral diz ainda que vai sugerir a Dilma que avalie "a unificação das polícias [Civil e Militar]", medida que exige mudança na Constituição.
Ao tratar das ações contra o tráfico, ele disse que o prazo para a permanência das Forças Armadas no Complexo do Alemão será o de instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) na região, "setembro ou outubro".
Segundo ele, haverá repressão na mesma proporção ao tráfico e às milícias, grupos formados por ex-policiais que também controlam comunidades carentes. "O governo não tem pacto com milícia nem com traficante."
ROYALTIES
Cabral abordou também o pré-sal e disse que aceita um acordo pelo qual todos os Estados (e não só os produtores de petróleo) recebam parte dos royalties, desde que o Rio não perca receita. No texto aprovado pelo Congresso, o Rio arrecadaria menos. O presidente Lula, comparado a "Pelé" por Cabral, comprometeu-se a vetar o artigo que prejudica o Rio, Estado produtor de petróleo.