sábado, 30 de abril de 2011

Avião da Marcha da Maconha Voou!

Avião da Marcha da Maconha decola Hoje!!


Entre 14:00 e 15:30 um avião sobre-voará as orlas do Rio de Janeiro (Barra ao Leme) um avião com uma faixa escrito: "Marcha da Maconha 7 de Maio - Ipanema as 14:00". A melhor fotografia do avião ainda concorre a premios da Radio Legalize.

É sem dúvida o evento histórico. Bonito ver como os ativistas pró legalização da cannabis conseguem se articular no Rio de Janeiro em pró de um mundo livre do proibicionismo.

sábado, 23 de abril de 2011

Contra a constituição: ação criminosa de policiais prende integrantes da Marcha da Maconha

As notícias foram veiculadas em várias mídias. Bastante próximo ao evento pode-se ler o Hempadão.

Uma reunião de algumas notícias foi feita pelo Coletivo Desentorpecendo a Razão

Ou a reportagem do G1 do Globo 

Até quando ficaremos reféns dessa vergonha?
Até quando a simples discussão política vai ser cassada?
Será medo da troca de idéias?

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Legalização do autocultivo no Uruguai??

Todos avançam e só no Brasil continuamos com esta vergonha de política de drogas? O Brasil novamente só irá alterar suas leis depois que o mundo inteiro constatar que a guerra as drogas é um fracasso? E que, o próprio Estados Unidos, artífice desta política, já a abandona cada vez mais? É preciso pararmos seriamente para pensar! Espero que as discussões atuais com o deputado Paulo Teixeira dêem bons frutos.

Vamos a notícia, traduzida por aqui:

Permitirão até 8 plantas de Marihuana
Acordam projeto que legaliza cultivo para uso pessoal

Valéria Gil

A Frente Ampla (FA) acordou um projeto de lei para regular o consumo de marihuana. O novo texto foi ajustado entre o Movimento de Participação Popular (MPP), o Partido Socialista e o Novo Espaço (NE).

A iniciativa, a ser adotada na terça-feira 26 de abril pela bancada do FA na Câmara, permite a plantação, o cultivo e a colheita, assim como a industrialização e o comércio de até oito plantas de cannabis por lar / agregado familiar (hogar).

Sem prejuízos do que precede, "se entenderá como quantidade destinada ao consumo pessoal, até 25 gramas de marihuana", segundo se estabelece no artigo 3 da declaração concedida por este país.

Demais, a norma confere ao Poder Executivo a faculdade "de regulamentar as disposições e os mecanismos de acesso as sementes, o que, sendo destinado a plantações de consumo pessoal "se considerá em todos os casos como atividade lícita".

O projeto prevê que o cidadão que produza matéria prima ou substâncias a partir da marihuana, que causem dependência psíquica ou física, será castigado com uma pena de 20 meses de prisão até 10 anos de penitenciaria.

Ficará isento de responsabilidade o que "transportar, tiver em seu poder, for depositário, armazenar ou possuir uma quantidade destinada a seu consumo pessoal uma quantidade de acordo com a avaliação da prova, de acordo com as regras da boa crítica".

Por outro lado, outro dentro os artigos agregados no novo texto estabelece que "o Poder Executivo velará que, tanto a nível público como privado, se preste atenção e tratamento a todas as pessoas com problemas de adição (dependência) as substâncias reguladas na presente lei, que assim o solicitarem".

Assim mesmo, se estabelece a criação de uma comissão sobre a órbita do Ministério da Saúde Pública (MSP), a qual em um prazo de dezoito meses, a partir da entrada em vigência da lei, deverá apresentar um informe de avaliação dos efeitos da norma.

Ademais, entre outras funções, dita comissão se encarregará de desenvolver "atividades tendentes a melhorar a imagem social de quem consomem as substâncias antes referidas".



Pajé é preso por posse de maconha no Acre

Mais de 200 índios das etnias katukina e kaxinawá se deslocaram nesta quarta-feira (20) de Feijó para Tarauacá, no Acre, para protestarem contra a prisão do pajé José Guilherme Nunes Ferreira, preso desde sábado (16), quando foi flagrado com 17 trouxinhas de maconha.
Pintados para guerra e armados com arcos e flechas, os índios estão desde às 12h30 (11h30 no horário local) em frente ao fórum de Tarauacá. O juiz substituto Manoel Pedroga, que responde pelas comarcas das duas cidades, pediu proteção.
O defensor público Paulo Michel São José apresentou pedido de liberdade provisória para José Guilherme Nunes Ferreira na terça-feira (19).  Segundo o defensor, a maconha do pajé seria utilizada para curar doentes da Terra Indígena Katukina-Kaxinawá, no baixo Rio Envira.
O pajé, durante o depoimento que prestou à polícia, disse que fabrica um chá de maconha que é ministrado aos doentes e que é ele é o único que fuma maconha na tribo.
Existem dois laudos preliminares de contestação de natureza toxicológica da substância vegetal. O primeiro acusa a presença de maconha, mas o segundo laudo aponta para inexistência dela. Segundo o defensor, o laudo preliminar foi negativo e não há qualquer hipótese autorizadora da prisão preventiva.
- Estou tentando permanecer tranquilo. Os autos foram remetidos para manifestação do Ministério Público. Vou dialogar com os índios e dizer que o Judiciário não funciona sob pressão. Depois vou analisar o pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa – disse o juiz.
Policiais que estavam de folga foram convocados para reforçar a segurança do magistrado. Pedroga disse que a direção do Tribunal de Justiça do Acre já foi comunicada sobre o protesto dos indígenas e e deu orientações para lidar com a situação.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Paulo Teixeira: “A Folha não queria me encontrar. A matéria já estava pronta, toda editada”

por Conceição Lemes 

O que acharia se lesse a primeira manchete na capa de um jornal, e a segunda, no caderno interno?
Pois isso aconteceu nesse domingo, 17 de abril, na Folha de S. Paulo. A vítima da vez: o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder da bancada na Câmara Federal.
Curiosamente, na capa, o jornal ressalta: Procurado não deu resposta.  Depois no caderno interno, capricha: Folha fez vários pedidos de entrevista ao deputado desde 16 de março, mas sua assessoria não deu resposta.
Desde 16 de março e a matéria só foi publicada em 17 de abril?! A Folha esperaria tanto?!  Nem criança acredita nessa história da carochinha. Repórter quando quer encontrar MESMO uma fonte, acha. E se é de Brasília, onde o deputado passa boa parte da semana, é mel na sopa. E com um mês de lambuja é covardia! Só Freud explica. Ou melhor, só a Folha explica.
“A Folha não me ouviu antes de fazer a matéria”, revela Paulo Teixeira. “O repórter Felipe Coutinho mandou e-mail para a minha assessoria de imprensa, perguntando sobre ‘microtraficantes’. A assessoria avaliou que não deveríamos entrar nesse debate num momento em que precisamos aprovar matérias importantes no Parlamento para a continuidade do processo de crescimento econômico com distribuição de renda. O repórter não disse que faria uma matéria sobre uma fala minha num evento.”
“Curiosamente, o mesmo jornalista ligou no meu celular ontem [domingo] para repercutir. Eu perguntei por que não o fez antes, a exemplo de todos os jornalistas da Folha, que me ligam diretamente no celular. Ele disse que não quis passar por cima da assessoria”, observa Teixeira. “Depois de ver a chamada da matéria na capa e a mobilização dos editores para comentá-la, percebi que a Folha não queria me encontrar, não queria realmente saber a minha opinião. Ela já tinha a matéria pronta, toda editada.”
Pena que o jornal tenha usado esse expediente num tema tão sério, que exige responsabilidade e ética. Afinal, estamos falando de saúde pública. Por isso, resolvi aprofundar a entrevista com o deputado Paulo Teixeira, para colocar os pingos nos is.
Viomundo – Deputado, a Folha cita uma palestra do senhor. É daí que foram tiradas as informações que estão na matéria?
Paulo Teixeira — A Folha teve acesso às informações por meio de um vídeo que foi postado na internet, não sei se com a fala integral ou parcial. De qualquer forma, a matéria não expressa o que eu penso, mostra apenas uma parte, com uma abordagem sensacionalista, parcial, com frases pinçadas de um contexto. Há quinze anos acompanho este tema, em diferentes foros mundiais. Não estimulo o uso de drogas, mas acho que o problema precisa de uma abordagem menos preconceituosa.
Viomundo — Na chamada de capa, a Folha diz que o senhor defende o uso da maconha e ataca o Big Mac, dando a impressão de que estimula o uso. É isso mesmo?
Paulo Teixeira — É uma insinuação inadmissível da Folha. Toda vez que falo sobre a política de drogas, faço questão salientar os prejuízos à saúde e demais danos sociais que a droga pode causar.
Falo inicialmente do álcool, que, para mim, é o problema mais grave da sociedade brasileira. Causa acidente de trânsito, brigas com morte, violência contra mulher. A sociedade brasileira precisa proibir a propaganda do álcool na TV. Em relação à maconha, falo dos riscos à saúde do usuário, da necessidade de prevenir o seu uso. Muitos usuários podem, inclusive, desencadear doenças psíquicas pelo uso.
A realidade atual é gravíssima. Drogas ilícitas são oferecidas à luz do dia. Esse mercado é muito capitalizado. Diante desse quadro, o que fazer para torná-lo menos  perigoso? Deixar os usuários consumir substâncias adulteradas? Permitir a crescente capitalização desse mercado?
Minhas propostas são retirar o usuário da esfera penal, descriminalizando o uso e a posse de drogas e esvaziar o poder econômico do tráfico. Em relação ao Big Mac, minha preocupação é estabelecer uma exigência para que os produtos alimentícios informem o teor de gordura, de sódio e gordura trans que contêm.
Depois da "polêmica" do Deputado Federal Paulo Teixeira, sobre o plantio da cannabis em cooperativas, debatida, ou melhor, contrariada por conservadores - muitos deles preocupados com seus cigarrinhos de tabaco - é a vez de nós, leitores, pensadores, ativistas, botarmos a boca no trombone.

Uma enquete na Folha.com quer saber:

Você é a favor da criação de cooperativas para o plantio de maconha?

domingo, 17 de abril de 2011

Tratando nossa hipocrisia: o que ensinam os usos terapêuticos da maconha

Ninguém pode dizer que o debate sobre os usos terapêuticos da planta conhecida por CANÁBIS seja recente – aliás, nada poderia ser recente, para uma planta conhecida há milênios. Mas a questão que está intrigando bilhares e bilhares de maconheiros e maconheiras pelo país afora é que a discussão sobre as propriedades terapêuticas da planta poderia ajudar, e muito, na revisão das políticas atuais.
Nos Estados Unidos, a chamada canábis medicinal representou uma onda gigante de força para a adequação de tipos diferentes de usuários(as): dentre estes, os(as) pacientes. Com esse debate melhor traduzido na realidade brasileira, a cultura canábica só teria a se beneficiar.
Visando contribuir com o debate, após algumas doses de nosso remedinho favorito para problemas de cabeça, resolvemos fazer a matéria abaixo.
PRA COMEÇAR, UM CAUSO


O caso do gaúcho Alexandre é deveras interessante: como milhares de pessoas fazem diante do diagnóstico de um tumor maligno, ele decidiu aliar a busca pelos especialistas em saúde com a busca por recursos alternativos.
Tendo ouvido falar sobre as propriedades terapêuticas da maconha no alívio a sintomas indesejáveis da quimioterapia, decidiu, em um momento de grande debilitação devido às tais sessões, juntar-se às milhares de pessoas no mundo que testam por conta própria uma alternativa famosa…
Preocupado com sua saúde, Alexandre descartou alimentar o mercado ilegal, optando por estudar e conhecer mais o plantio para uso próprio, para não entrar em contato com uma substância adulterada e tudo que a envolve.
Em seus estudos, descobriu que não só existiam cultivos voltados para o que demandava (sementes indicadas), como também modos de usar que favoreciam um cuidado com sua saúde (como os vaporizadores, que resfriam e filtram a fumaça).
E aconteceu o que ainda acontece com muitas pessoas no país e no mundo: policiais descobriram sua plantação e ele acabou preso por alguns dias, tendo defendido a todo instante que seu plantio era o que era – para uso próprio -, e não para o que as autoridades presentes no flagrante pensaram que era – para comércio. Seu plantio foi reconhecido como sendo para uso próprio.
Mas o debate segue vivo no Brasil e em outros países… Mas que questões este país poderia colocar ao mundo?
EQUIDADE E CULTURA CANÁBICA
O ato de fumar maconha pode ter vários significados diferentes, ao mesmo tempo; por isso qualquer política pública séria deve ser aberta às diferentes demandas de cada grupo populacional.
Não precisamos lutar por isso pois esta ideia inclusive já existe no Sistema Único de Saúde: é o chamado princípio de equidade, que consta na Lei 8.080/90. A definição deste princípio é que uma das tarefas das políticas públicas é a de reconhecer que todas as pessoas tem direito a acessar recursos em Saúde, sendo respeitadas as diversidades de povos, regiões e práticas culturais.
Em outras palavras, o princípio da Equidade no SUS (que se estende para todas as ações e serviços em Saúde, sejam públicas ou privadas), reconhece que, para que possamos oferecer ações em pé de igualdade para toda a população, devemos oferecer ações diferenciadas.

sábado, 16 de abril de 2011

Entrevista com Chaos baby



Como muita gente já sabe, o “Portas da Percepção” é um espaço dedicado ao estudo, desmistificação, e ampliação do conhecimento geral sobre enteógenos e enteogenia. Para ampliar nossas Portas, vamos convidar uma ilustre convidada, que chamemos, em nosso aconchegante canto de reflexões, de Chaos Baby. Conhecedora das tradições ocultistas ocidentais e indígenas, Baby veio dar um toque feminino ao Portas. Comecemos com uma entrevista com a caoista.

Fernando Beserra: Baby, como foi que você conheceu os enteógenos?

Chaos Baby: Com um grupo de magistas do caos que eu fiz parte por muito tempo a alguns anos atrás.
Eu já tinha lido em alguns livros a respeito de conhecimentos espirituais adquiridos por meio do uso de psicoativos, mas meu interesse na verdade aumentou quando eu pude obter minha primeira experiência e viver algo que eu jamais poderia ter vivido, ou experimentar o mundo de uma forma que eu jamais experimentaria se não tivesse experimentado um enteógeno antes. E sincronicidade ou não, minha primeira experiência foi com a Ipomoea violacea, ou Morning Glory se preferir. Embora a leitura do assunto sempre fosse muito agradável (sempre gostei muito de Timothy Leary e Carlos Castañeda, entre outros) meu interesse aumentou verdadeiramente quando realmente passei a experimentar os enteógenos e viver por mim mesma a experiência. Depois de uma experiência profunda foi que retomei os velhos livros e compreendi mais profundamente o que os autores estavam querendo me passar, até então, eu simplesmente lia e entendia tudo num nível muito teórico, o que é insuficiente no campo do conhecimento, as palavras são muito debilitadas e embora tentamos descrever o que uma coisa é, somente quando experimentamos é que podemos mesmo entender o que tal coisa é. Um exemplo para o que eu quero dizer, é que eu posso tentar descrever o que é uma maçã, sua forma, sua cor, seu suco adocicado e dizer que é agradável demais comer uma maçã, mas alguém só saberá o que é a experiência de se comer uma maçã no dia em que comer uma, até então o máximo que pode ocorrer é que a pessoa saiba que existe algo como uma maçã e que proporciona um sabor adocicado ao paladar.

FB: Você acha que eles contribuem de alguma forma para sua vida? Como?

CB: Eu sempre fui uma pessoa que pensou haver “algo a mais” do que as velhas histórias já contadas e sempre fui uma pessoa ávida por saber o que há além dessa percepção corriqueira. Os enteógenos contribuem com milhares de coisas, alguns me deixam mais criativa, outros me fazem olhar para aquilo que eu sou ou para aquilo que acredito e categorizar os eventos sob uma percepção diferente, nova, além dos limites estabelecidos. Não vejo de maneira alguma que os enteógenos são o fim, mas instrumentos de autoconhecimento e servem dentre outras coisas como um modo de interpretar a vida ou a descrever de uma maneira diferente. Vejo-os contribuir para uma reestruturação, como um meio de conhecimento ou como uma nova maneira de ver as coisas. E assim eles contribuem para mim, dando um novo sentido a tudo e a vida, sob uma perspectiva totalmente diferente abrindo definitivamente as portas da percepção.

FB: Alguma mensagem para os leitores?

CB: Jamais permita que te neguem o direito de ser o que se é, de viver como se vive, de se acreditar no que se acredita. Cada um de nós é uma expressão da vida como um todo e somos perfeitos por isso. Dizer que estamos errados ou acreditar que somos inadequados, é dizer que o universo em sua perfeição errou em uma de suas obras.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Política de drogas em debate na Globo News



Essa vídeo é bem interessante, embora eu não esteja totalmente de acordo com o posicionamento dos palestrantes, que o entrevistador tenta levar, todo o tempo, nem que pela via da saúde, aos pontos de vista reacionários e controladores, é certo que eles admitem uma posição progressista e pró revisão da atual política de drogas.

Infelizmente os debates na Rede Globo tem acontecido desta forma, com o entrevistador atacando todo o tempo e sistematicamente os entrevistados.

Apesar disso, o vídeo vale a pena, inclusive para notarmos este ponto de vista claramente direitista e como ele é utilizado pelo entrevistador.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bryan Lewis: psiconáutica e auto-retratos!

Bryan Lewis era um artista que havia começado a fazer uma série de obras peculiar: desenharia um auto-retrato todos os dias. Já estava realizando sua empreitada, quando uma série de fatalidades ocorreu em sua vida: uma grande amiga tinha acabado de se mudar para uma pequena igreja velha que ela estava transformando em casa, quando um incêndio nessa casa a matou enquanto dormia; no dia seguinte ao funeral de sua amiga, seu melhor amigo atira na própria cabeça com um revolver e sobrevive à tentativa de suicídio, com danos mentais permanentes; ainda durante o período de internação desse amigo, Bryan teve um grave problema num pulmão e teve de arrancar um pedaço dele. Após essa cirurgia, sem uma parte de se pulmão, um amigo lhe chamou para fazer um “hiking”, e lá foi Bryan, com o seu tanquezinho de oxigênio montanha acima. Lá ele teve uma experiência de vida observando a natureza e conseguindo se ver vivendo num mundo completamente novo (e de como a experiencia de desenhar o ajudava nisso).
Bem, não muitos dias depois, após um surto psicótico de um amigo, ele tem uma epifania e decide que não apenas ele faria um auto-retrato por dia, mas como ele tomaria também um tipo diferente de droga todo dia…
O resultado disso é essa fantástica série de auto-retratos feitos por Bryan durante o efeito de diversos tipos de drogas, em especial de drogas pesadas líticas, como calmantes, anti-psicóticos, etc.
Dispomos os links para a entrevista (em inglês) com Bryan onde ele explica todo o seu projeto e conta essa história, e também a lista com todos os auto-retratos selecionados pelo artista em seu site.
Aqui estão alguns de seus auto-retratos e suas respectivas substâncias.

Inalando líquido de isqueiro


7.5mg de Percocet

Salvia Divinorum (desenhado logo antes mas principalmente logo depois)

Morfina IV (dose desconhecida)

Maconha

sábado, 9 de abril de 2011

Novo estudo confirma: descriminalização das drogas foi sucesso em Portugal!

Tradução Coletivo DAR
Da perspectiva dos guerreiros proibicionistas, as leis que incriminam a posse de drogas são tudo o que protege os americanos de um dilúvio de drogas, uma orgia de maconha, cocaína, heroína e metanfetaminas consumidas de uma maneira mortal para as crianças, que destruiria a produtividade e tornaria os EUA em um deserto esfumaçado, habitado por zumbis comedores de cérebros.


Por exemplo, um opositor à lei de descriminalização da maconha escreveu em 2009, num fórum da revista New York Times, que essa política levaria a “centenas de bilhões de dólares em custo de novas demandas médicas, acidentes de trânsito e acidentes em geral, menor produtividade dos trabalhadores e menores conquistas no campo da educação.”



Mas uma nova pesquisa a respeito da política de Portugal sobre drogas sugere que não é bem assim. Portugal descriminalizou a posse de todas as drogas em 2001. O resultado, depois de quase uma década, de acordo com o estudo publicado na edição de Novembro da revista British Journal of Criminology é: menor consumo de drogas entre adolescentes, menos infecções de HIV, menos casos de AIDS e maior quantidade de drogas confiscadas pelas autoridades. O consumo entre adultos cresceu levemente – mas esse aumento não foi maior do que o aumento constatado em outros países próximos que não alteraram a sua política de drogas. O uso de drogas injetáveis diminuiu.



É claro que não há como saber se alguma dessas mudanças ocorreu em função da mudança de política – sem um grupo controle esse tipo de pesquisa não tem como determinar a causa e o efeito. Mas Portugal começou com uma das menores taxas de uso de drogas na Europa – muito menor que a taxa estadunidense– e continua abaixo da média da União Europeia. Por exemplo, 19% dos jovens de 15 e 16 anos na Europa já usaram maconha ao menos uma vez, comparado com 13% dos Portugueses com essa idade. O número para os jovens de mesma idade no ensino médio americano é de 32%. “O efeito direto mais importante foi a redução do uso da justiça criminal para lidar com usuários vulneráveis,” diz Alex Stevens, professor de justiça criminal na Univesidade de Kent, no Reino Unido, coautor do estudo. “Antes, um grande numero de pessoas estavam sendo presas e punidas pelo simples consumo. Eles (Portugal) economizaram muito dinheiro e pararam de infligir tanto dano às pessoas pelo sistema de justiça penal. Também houve outras tendências depois da descriminalização, em 2001, mas elas são menos fáceis de serem atribuídas diretamente à descriminalização.



Sob a política portuguesa de descriminalização das drogas, usuários não são mais presos, mas encaminhados pela polícia a uma comissão de “dissuasão”. A comissão é composta por três pessoas, tipicamente um advogado, um assistente social e um profissional da saúde. Ela determina se a pessoa é dependente – se sim, elas podem ser indicadas para tratamento ou sofrerem penalidades específicas, como banimento de um bairro específico ou a perda da habilitação de motorista. O tratamento não é forçado, e aqueles que não são dependentes costumam não serem enquadrados dessa forma. Apenas 5% a 6% desses usuários retornam a essas comissões uma segunda vez no mesmo ano. Stevens diz que as mudanças positivas nas taxas de HIV/AIDS e uma diminuição nas mortes relacionadas a uso de opioides são provavelmente mais conectadas com a expansão de tratamentos do que com a simples descriminalização apenas. O número de usuários em tratamento aumentou 41% — indo de 23.654 a 38.532 entre 1998 e 2008. “Relocar os gastos da repressão permite se gastar mais com tratamento,” diz Stevens.

As mudanças no uso entre adolescentes foram complexas: pela Europa, o uso entre adolescentes aumentou muito durante o período em que Portugal descriminalizou, e então caiu – a mesma tendência foi observada em Portugal, mas a queda foi maior.

Mark Kleinman, diretor do programa de análise de políticas sobre drogas na UCLA e autor de When Brute Force Fails: How to Have Less Crime and Less Punishment, é cético a respeito de que a política de Portugal ensine grandes lições aos EUA além de “os EUA e a ONU ficam com cara de bobos por terem sido histéricos” com a movimentação de Portugal. “O que fica claro é que nenhum desastre resultou da descriminalização.”Stevens concorda. “Nosso principal ponto é que a descriminalização não levou ao tipo de desastre que era antecipado por opositores,” ele diz.

No debate acima da iniciativa Californiana de legalização da maconha, pouca atenção foi dada ao fato do Governador Schwarzenegger ter assinado uma lei descriminalizando a posse de até uma onça de maconha (28,3495g) – um relaxamento na lei estadual sobre drogas que teria sido muito mais controverso se o estado não estivesse lidando com a possibilidade de seus eleitores escolherem pela total legalização de venda e posse. Onze outros estados também descriminalizaram – apesar de isso nem sempre prevenir que os usuários sejam detidos por posse.

Com 1.5 milhões de estadunidenses sendo detidos por posse de drogas a cada ano – 40% deles por maconha – a experiência de Portugal levanta a questão de se deter usuários é um uso efetivo do dinheiro do contribuinte ou não. Bilhões de dólares são gastos cada ano com repressão à posse de drogas, e essa repressão é notoriamente enviesada pela questão racial – se ao se parar de deter usuários por posse não é produzido nenhum grande efeito, será esse um bom modo de se gastar um dinheiro escasso?