"Pois paz sem voz não é paz. É medo."
18 de Junho de 2011 - 14h - Praia de Copacabana
"É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e
de comunicação, independentemente de censura ou licença;"
"Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;"
Constituição Brasileira de 1988.
Como podemos assistir calados, em pleno Século XXI, quase 30 anos após o fim da Ditadura, os direitos fundamentais de Liberdade de Expressão e de Liberdade de Reunião ainda sendo violados no Brasil?
Quando Barack Obama veio ao Rio, 13 pessoas que protestavam contra sua visita (incluindo uma senhora de 67 anos) foram aleatoriamente presas pela polícia e levadas sem julgamento para uma prisão de segurança máxima. Só foram libertadas depois que ele voltou aos EUA.
Em grande parte do país duas pessoas do mesmo sexo não tem liberdade para expressar afeto sequer dando as mãos sem correr o risco de serem agredidas ou mesmo assassinadas.
Seguidores de religiões de matriz africana muitas vezes não têm liberdade para expressar sua fé sem serem hostilizados.
Na cidade, no campo e na floresta as pessoas têm medo de denunciar crimes. As que enfrentam esse medo lutando pela comunidade e pela humanidade muitas vezes o fazem sacrificando a própria vida.
Músicos de rap, funk e hip hop frequentemente são marginalizados quando se expressam. Como disse um MC preso por apologia ao crime: "Eu lá vou falar sobre a moça bonita de Ipanema que vem e que passa?? Eu vou falar é do Caveirão, que entra aqui na favela atirando pra tudo quanto é lado!!".
Nossos bombeiros tiveram seu direito de reunião chamado de formação de quadrilha e 439 deles foram presos. Se não fosse o apoio massivo da população certamente ainda estariam encarcerados.
No Rio de Janeiro, mês passado, ativistas da Marcha da Maconha chegaram a ser detidos distribuindo um panfleto informativo.
Em SP um juiz no último minuto decidiu que discutir mudanças na legislação é fazer apologia ao crime e proibiu a Marcha da Maconha SP.
A Liberdade de Expressão e a Liberdade de Reunião foram revogadas lá à base de cassetete, tiros e bombas, levando o caos à região da Avenida Paulista. Manifestantes pacíficos, jornalistas e transeuntes foram covardemente espancados pela polícia.
Decidiu-se então convocar um novo ato. Os mais diversos segmentos da sociedade civil se reuniriam para realizar uma semana depois a MARCHA DA LIBERDADE.
O mesmo juiz então, novamente no último minuto do expediente judiciário, proibiu a Marcha da Liberdade alegando ser uma "Marcha da Maconha disfarçada".
O governador de SP não teve alternativa e teve que descumprir a ordem judicial. Mandou centenas de policiais não para reprimir a manifestação mas para garantir a segurança, como determina a lei.
Vimos então um espetáculo de humanidade. MIlhares de pessoas, juntas e misturadas, com cartazes, flores e roupas coloridas, sem carros de som e nem palavras de ordem, caminhando e cantando pela Liberdade.
Porém a Marcha da Liberdade não foi inteiramente livre. A polícia paulista avisou que qualquer um que sequer mostrasse ou pronunciasse palavras como "Maconha" ou "Aborto" seria imediatamente preso. Diante disso foi convocada para o dia 18 de Junho a MARCHA NACIONAL DA LIBERDADE, que vai acontecer simultaneamente em quase 40 cidades do país.
Vamos esperar mais palavras serem proibidas? "Moradia"? "Transporte"? "Saúde"? "Educação"? “Emprego”? Sem liberdade de expressão e de reunião não pode haver democracia.
A Marcha da Liberdade Rio apóia toda e qualquer causa que lute pela liberdade de todos de se expressarem e se reunirem em nome daquilo que acreditam ser justo. Lembrando apenas que liberdade de expressão não pode ser confundida com direito de incitar a discriminação e o ódio.
Estamos de volta às ruas, juntos, pedindo: paz, amor e LIBERDADE.
Coletivo Marcha da Liberdade Rio.
Em casa somos um. Juntos somos todos.
Participe. Traga flores, instrumentos, seu desejo pela liberdade e junte-se.
Posto 6 em Copacabana às 14h dia 18 de junho, sábado.
Mais informações -
nubio@nubio.com.br
isismaria@foradoeixo.org.br
http://www.facebook.com/event.php?eid=176587495729357