Rubem Cesar Fernandes, o diretor da instituição que recebe a reunião, abriu a conversa apresentando os convidados e passando a palavra incialmente para o FHC. Sob clima de descontração, ele começou sua participação contando a experiência que teve viajando pela Europa, Estados Unidos e Ásia gravando o documentário no qual é âncora. Mais especificamente, ele compartilhou com a imprensa o sucesso da legislação portuguesa sobre drogas, além de falar sobre a visita feita ontem ao morro Dona Marta.
Mais uma vez, o consenso ficou em torno de que a política de repressão é um verdadeiro fracasso, o que ratifica a existência de todo o debate acerca do assunto. Fernando Henrique chegou a citar o fato de que a política repressiva conseguiu "erradicar as plantações de maconha em Pernambuco, mas em um ano estava tudo lá de novo".
Já a participação de Regis Fisher se resumiu a falar sobre o lado de enfrentamento do governo carioca em relação ao tráfico de drogas. Ele ressaltou o drama do fuzil, arma de extrema periculosidade utilizada culturalmente pelos traficantes do Rio. Além disso fez questão de salientar, com apoio de todos da mesa, o serviço das Unidades Pacificadoras. Ele deixou claro que o serviço do estado não é voltado à missão impossível de erradicar o tráfico de drogas, mas sim retirar das mãos do traficante o poder territorial e armamentista.
O secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, também foi convidado a se pronunciar e aproveitou o espaço para relembrar números da pesquisa “Tráfico e Constituição”, coordenada por Luciana Boiteux. “Mais de 90% dos presos por tráfico são pequenos traficantes", diz Ricardo, que ainda fez considerações a respeito da dificuldade de controle das fronteiras brasileiras. Ele ainda se referiu ao Crack, confessando que o Estado tem pouca habilidade para lidar com a droga e prometendo a criação de uma Agência Especial de Polícia para o combate à droga.
Por fim, Paulo Teixeira, deputado do PT, avaliou a importância do encontro como um marco pluripartidário na defesa de mudanças. "Esse evento reúne quatro grandes forças políticas do Brasil, podendo capitanear ainda outras mais", diz ele que é o autor da proposta de mudanças da lei sobre drogas brasileira. O deputado Raul Jungmann apoia as propostas e as idéias da comissão, no entanto vê com muitas ressalvas a possibilidade da aprovação pelo congresso. Na verdade, segundo ele, o debate seria “contraproducente” em um ano de eleição.
A equipe de reportagem do Hempadão cobriu o evento também com vídeo. O material será usado nas próximas edições do Chapa2 e HempTube. Aguardem!
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