sexta-feira, 28 de maio de 2010

Adeptos do Santo Daime fazem manifestação em frente ao Congresso

Fonte: Beatriz Labate

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Os adeptos do Santo Daime realizaram nesta segunda-feira (24), em frente ao Congresso Nacional, a Caminhada Ayahuasca Contra as Drogas, cujo objetivo é apresentar à sociedade informações sobre o uso do chá Santo Daime, ou ayahuasca, utilizado para fins religiosos. A passeata foi organizada pela Federação Nacional da Ayahuasca.

Os adeptos argumentam que o daime “não causa qualquer tipo de dependência, dano fisiológico ou síndrome de abstinência” e alertam para o risco de misturar a bebida com drogas como maconha ou cocaína . “Nós tomamos daime e não somos drogados” foi uma das frases impressas em cartazes durante a manifestação.

Nesta semana, a Câmara dos Deputados realiza duas audiências públicas para discutir a resolução do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) que permitiu o uso do chá do Santo Daime ou ayahuasca para fins religiosos. Um das audiências foi realizada nesta segunda-feira (24) e a outra deverá ocorrer na quinta-feira (27).


Deputados argumentam que há muitas divergências sobre a norma, que foi editada sem consulta pública ou discussão no Parlamento. Um dos parlamentares que requereu o debate, Paes de Lira (PTC-SP), é autor do Projeto de Decreto Legislativo 2491/10, que susta a resolução do Conad.

Silvia Gomide / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Adeptos do Santo Daime fazem manifestação em frente ao Congresso
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Os adeptos do Santo Daime realizaram nesta segunda-feira (24), em frente ao Congresso Nacional, a Caminhada Ayahuasca Contra as Drogas, cujo objetivo é apresentar à sociedade informações sobre o uso do chá Santo Daime, ou ayahuasca, utilizado para fins religiosos. A passeata foi organizada pela Federação Nacional da Ayahuasca.

Os adeptos argumentam que o daime “não causa qualquer tipo de dependência, dano fisiológico ou síndrome de abstinência” e alertam para o risco de misturar a bebida com drogas como maconha ou cocaína . “Nós tomamos daime e não somos drogados” foi uma das frases impressas em cartazes durante a manifestação.

Nesta semana, a Câmara dos Deputados realiza duas audiências públicas para discutir a resolução do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) que permitiu o uso do chá do Santo Daime ou ayahuasca para fins religiosos. Um das audiências foi realizada nesta segunda-feira (24) e a outra deverá ocorrer na quinta-feira (27).

Deputados argumentam que há muitas divergências sobre a norma, que foi editada sem consulta pública ou discussão no Parlamento. Um dos parlamentares que requereu o debate, Paes de Lira (PTC-SP), é autor do Projeto de Decreto Legislativo 2491/10, que susta a resolução do Conad.

Silvia Gomide / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado

2 comentários:

GREDA - Luiz Alberto Bahia disse...

A propósito, o termo “enteógenos”, empregado inapropriadamente atualmente, espelha muito bem essa ideia de grandeza que se apossa do indivíduo sob o efeito euforizante de drogas. Henrique Carneiro, em sua Pequena Enciclopédia da História das Drogas e Bebidas, diz que a expressão enteógenos, que significa “substâncias que fazem ter Deus dentro de si”, foi citada por Gordon Wasson, J. Ott, C. Ruck e J. Bgiwood, em 1976, com a proposta de substituir os termos alucinógenos ou psicodélicos. A palavra é o resultado da junção de dois radicais gregos que significam “ter Deus em si” (entheos, Deus, e, gen, gerar).
Ou se estão usando o termo apropriadamente, equivale-se a confessar que os aspectos ditos divinos não passam de um estupendo delírio. Conforme já dissemos, a expressão enteógeno foi criada, para substituir os termos alucinógenos ou psicodélicos, e que passou a ser estendido para dar significado às sensações produzidas por qualquer outra droga em seu usuário. O que significa dizer que um indivíduo sob os efeitos de drogas é possuído por um sentimento megalomaníaco de ter Deus dentro de si, ou ser o próprio Deus.
Luiz Alberto Bahia

Fernando Beserra disse...

Olá Luiz Alberto.

Temos realizado seriamente essa pesquisa terminológica. A opção por enteógenos é voluntária e consciente. Não temos a compreensão de que os aspectos ditos divinos sejam resultantes de delírio. Para tal, seria importante pesquisar antes sobre as definições de delírio utilizadas no campo psiquiátrico que em nada se assemelham as experiências resultantes do contato com o, assim chamado, divino interior quando do uso de um enteógeno.

De fato, esse contato é muito particular, e alguns pesquisadores contemporâneos tem utilizado o termo enteodélico, inclusive mais apropriado. O termo enteógeno é ideal para compreensão dos usos tradicionais dessas plantas, fungos, etc., nos seus contextos originários e nos usos religiosos contemporâneos, porém psiquedélico é um excelente termo também para abordar o uso mais abrangente, que não é realizado com finalidades de religiosidade ou auto-transcendência.

Por fim, nem Jonathan Ott nem R.Gordon Wasson concordariam que o uso do termo enteógeno pode se extender a qualquer substância psicoativa e seus efeitos. É a classificação não apenas de uma experiência, mas de um conjunto de substâncias que Antonio Escohotado dizia (sobre a psicoatividade) que produzem uma espécie de "viagem" e podem também ser chamadas de visionárias. É a antiga classe, como o sr. coloca, dos "alucinógenos".

O sentimento não precisa ser megalomaníaco, característica típica da paranóia. Pelo contrário, pode-se pensar pela psicologia complexa do suiço Carl Gustav Jung em um contato com a imagem arquetípica do Si-Mesmo (Selbst).

Forte abraço

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