Bem, após este longo intervalo do carnaval, vamos voltar a ativa.. Este post foi produzido no carnaval, numa lan house, sem word e os méritos da organização do texto e iconica fica pela equipe a frente na organização do hempadão.
Vamos ao post.
Portas da Percepção: A Cannabis é Enteogênica ou não?
quinta-feira, 10 de março de 2011
por Fernando Beserra
Sabemos das dificuldades de determinar a origem da cannabis, embora fique claro que seus múltiplos usos remontem há, pelo menos, 10.000 anos. Não estamos aqui para discutir arqueologia, como os restos de fibra de cânhamo encontrados na China no quarto milênio a.C, ou se, de fato, o primeiro uso visando a alteração de consciência se deu no segundo milênio a.C no Atharva-Veda, quando já era considerada uma das cinco plantas sagradas da Índia. O que importa hoje, aqui e agora, é introduzir ou adentrar nos usos religiosos, introspectivos ou que visem ou visaram o auto-conhecimento ou o conhecimento de realidades extra-ordinárias. Em suma, seguindo as belas palavras de Walter Benjamin, falamos das "vivências de inspiração".
- Pulo de etapas intermediárias na resolução de problemas
- Insights sobre outras pessoas
- Idéias mais intuitivas
- Conversar inteligentemente, embora esqueça coisas
- Aprender muito sobre o que faz as pessoas funcionarem
- Falar coisas mais profundas, apropriadas
- Intuir, entendimento empático das pessoas
- No amor sexual, uma união dos espíritos, tal como dos corpos
- Diminui inibição
- A mente se sente mais eficiente em resolução de problemas
- Sentir-se um com o mundo
- Eventos, ações tornam-se arquetípicos (2)
A religião védica venerou a planta, fornecendo-lhe a pompa das belas palavras: "fonte de felicidade e de vida". As tradições bramânicas posteriores
consideraram que seu uso "agiliza a mente, concede saúde, valor e potência sexual"². De acordo com Escohotado, também possui um enorme valor dentro do budismo para a medicação transcendental. Estou certo de que o uso com esta última finalidade é, para os já acostumados a prática meditativa, e que se dão bem com a erva, um excelente auxiliador e, dependendo da qualidade da planta, pode levar a experiências equalizáveis a qualquer outro enteógeno de maior potência.
Embora o uso da cannabis tenha sofrido um eclipse no ocidente nas culturas cristãs (pós-gregas e romanas), seu uso manteve-se na África, Ásia Menor e Ásia Maior, sendo um "remédio dos mais versáteis, um veículo de meditação para xamãs, faquires, iogues e dervixes, e uma droga recreativa para diversos extratos sociais" (3)
E, aos leitores, fica a pergunta: Já tiveram experiências com o sagrado usando cannabis?
Abraços enteogênicos.
1 - ESCOHOTADO, Antonio. O livro das drogas. p.205.
2 - STAFFORD. Psychodelic Encyclopedia.
3 - ESCOHOTADO, op.cit
4 - Op.cit
3 comentários:
Esse "fenomenologia do uso da maconha"serve muito pra rebater os bêbados nas discussões de melhor droga.
Abraço!
rs
Bem, pelo menos elas são bem diferentes.
Abraço
Nunca tive contato com o divino com a canabis. Só com o micélio.
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