sexta-feira, 20 de maio de 2011

Peter Lamborn Wilson e os Enteógenos


Fonte: Hempadão


“Um bêbado nunca se tornará sábio, mesmo depois de cem garrafas de vinho, mas um homem sábio ficará intoxicado com um copo de água.”

Vamos falar um pouco, ou melhor, introduzir um texto de Peter Lamborn Wilson. Para quem não conhece, ele é o autor de livros como “Chuva de Estrelas: sonho iniciático no sufismo e taoísmo”, “Utopias Piratas”, etc, além de também possuir outro nome, mais conhecido, e que ficou mundialmente famoso como “Hakim Bey”, com textos pós-situacionistas e extremamente libertários, tais como “Zona Autônoma Temporária”[1] e “CAOS: terrorismo poético e outros crimes exemplares”. Bey também foi responsável pela criação do, assim chamado, “anarquismo ontológico” que, de certa forma, realizou uma forma “pós-moderna” de mix do anarquismo histórico com as vertentes contemporâneas da contracultura.


Neste texto, Bey, ou Wilson, contrasta de forma radical o período onde surge a agricultura, no qual muitos identificam o início do uso dos enteógenos, e o período onde predominava a atividade de caça e coleta. Para Wilson, o uso de enteógenos já ocorria na sociedade coletora/caçadora de modo bastante diferenciado, isto é, com usos mais individualizados e com a sabedoria das alterações da consciência incorporadas ao invés da ritualização e divinação das plantas de poder nas sociedades agrárias. Por esse motivo, o texto de Bey, embora polêmico, se torna importante como abertura da discussão, e de uma discussão importante de ser colocada: “Qual a importância dos enteógenos para a criação da consciência?” (também pensado pelos Mckenna, Gordon Wasson, dentre outros), “Havia uso de enteógenos há mais de 12.000 anos atrás?”.

Wilson afirma, com toda razão, que os enteógenos, embora tendo sido atacados frontalmente pelo cristianismo, permaneceram, sub-repticiamente, mesmo na mais fria Idade Média, guardados pelos segredos passados de boca em boca por curandeiras, alquimistas, xamãs, desviantes.

Após uma enorme ronda pela história dos “psicodélicos”, Wilson entra na polêmica do estudo do conhecimento (“epistemologia”) para abandonar o desprendimento do corpo no ideal gnóstico de “cyberespaço” (ideário que valorizaria mais que tudo um mundo da “internet” contra o mundo do corpo e da vida fora da rede) para elogiar o “neuroespaço” (os espaços neurais em suas relações com consumos de diferentes químicas, “naturais” ou “sintéticas”) como forma de re-conexão entre corpo e mente ou, finalmente, pensar na possibilidade de um confronto com a atual “Ordem Mundial” estupidificante, através da conexão entre química contemporânea e enteogenia.

Mas, deixemos a preguiça de lado, e vamos ao texto completo do cara AQUI!


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